Os tempos de pandemia e de furor mediático que correm fazem com que considere uma altura apropriada para abordar um tema algo abafado pelos meios de comunicação social, o sensacionalismo jornalístico, o mau jornalismo, ou até como se ouve por vezes em tom de crítica e revolta, “jornalixo”.
Ouve-se aqui e ali, em cafés ou conversas entre amigos, que o jornalismo assumiu uma posição muito dada ao exagero e ao apelar às massas a partir de títulos chamativos e potencialmente enganadores. Mas nunca se ouve falar disso, ou se lê sobre isso nos diversos meios de comunicação social. Não me recordo de alguma vez ter lido um artigo sobre mau jornalismo ou sobre o rumo que o mundo do jornalismo atualmente toma. Entendo, no entanto…. Qual é o médico que vai apontar defeitos à sua profissão ou qual é o político que vai falar das recorrentes lacunas no sistema partidário ou eleitoral? Qual é o analista económico que vai falar da potencial falibilidade das teorias económicas e dos algoritmos matemáticos?
Não sendo eu jornalista, e tendo um gosto especial por tentar apontar o que os outros têm potencialmente mais dificuldade ou receio de apontarem, escrevo o que considero ser e ter sido de há uns anos para cá, de facto, um dos maiores perigos para a sociedade atual.
Estes dados evidenciam, sobretudo, as diferenças significativas nos níveis de globalização da época quando comparados com os atuais. Se, no séc. XIX, a peste bubónica demorou quase 60 anos a propagar-se até ao Porto, o novo coronavírus não necessitou de mais do que alguns meses para cumprir o mesmo efeito.
Urge, então, a implementação de medidas, pelo menos a nível temporário, que restrinjam a circulação das populações. O que está em causa não passa por anular necessariamente os efeitos da globalização e redução da propagação desta pandemia, mas antes o retardamento das suas consequências.
Estamos, assim, perante um cenário em que nos compete dar um contributo para o alisamento da curva do número de casos de COVID-19, ficando em casa, à medida que nos libertamos desta armadilha que nos atraiçoou. Em jogo, está a capacidade de resposta do Sistema Nacional de Saúde.
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